O TikTok surpreendeu o mercado tecnológico ao anunciar, em outubro de 2025, um novo sistema de recomendações personalizáveis, permitindo que os usuários ajustem manualmente o tipo de conteúdo que desejam ver — algo inédito entre as grandes redes sociais.
A novidade surge após anos de críticas relacionadas a bolhas de informação e vício algorítmico, temas que têm preocupado governos e especialistas em comportamento digital.
O que muda com o novo algoritmo do TikTok
Antes, o algoritmo era totalmente automatizado e controlado pelos dados de uso — curtidas, tempo de visualização e interações. Agora, o TikTok passa a oferecer três modos de recomendação no feed principal:
- Modo Pessoal – o padrão atual, baseado em comportamento.
- Modo Diversificado – prioriza vídeos de temas fora do histórico habitual, para “expandir horizontes”.
- Modo Manual – o usuário escolhe até 5 categorias fixas de conteúdo para priorizar.
Essa mudança coloca o controle nas mãos do usuário, algo que plataformas como Instagram e YouTube ainda não permitem de forma tão direta.
Segundo o comunicado da ByteDance, a intenção é “dar mais poder de escolha e reduzir o impacto de recomendações excessivamente viciantes”.
Impactos esperados para criadores e anunciantes
Para criadores, a mudança pode gerar maior competição entre nichos, já que o alcance orgânico dependerá da configuração de cada usuário.
Por outro lado, anunciantes ganham um ambiente mais transparente — com segmentações menos dependentes de dados ocultos do algoritmo.
No curto prazo, especialistas acreditam que o tempo médio de uso da plataforma pode cair ligeiramente, mas que a confiança e a retenção a longo prazo devem crescer.
Essa transição também indica que o TikTok está se preparando para pressões regulatórias internacionais, principalmente da União Europeia e dos Estados Unidos, que cobram mais transparência nos sistemas de IA e recomendação.
Por que isso importa para o futuro das redes sociais
Essa atualização pode marcar o início de uma nova era nas redes: a da personalização consciente.
Se a estratégia der certo, outras plataformas podem adotar mecanismos parecidos, quebrando de vez a lógica das “bolhas” e reduzindo a influência dos algoritmos sobre nossas preferências.
Ao mesmo tempo, há quem veja a mudança como uma tentativa da ByteDance de evitar regulações severas, mostrando boa vontade antes de ser obrigada a agir.
De qualquer forma, o novo modelo de recomendação deve alterar tanto o consumo de conteúdo quanto as estratégias de marketing digital nos próximos meses.